Páginas

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Luta armada em Bangladesh



Como já foi dito anteriormente, porém de maneira muito dispersa neste blog, existe um processo de preparação da guerra popular em alguns países da Ásia e América, porém, muito pouca coisa chega até nós e sempre de maneira dispersa. Uma lista de choques armados intitulada de "Armed struggle in Bangladesh 2014", publicado no dia 20 deste mês no site revolucionário signalfire.org. A lista mostra a data e local dos choques armados entre comunistas e forças do segurança de Bangladesh. Bangladesh é um país que faz divisa com a Índia e com Myanmar e apesar das diversas facções comunistas e maoístas existentes naquele país, um processo de guerra popular vem se desenvolvendo dia após dia. Eis aí:

28 de janeiro: Distrito de Khulna

Forças de Segurança mataram Touhidul Islam Sabuj (28), o “segundo no comando” do PCPB em uma troca de tiros em Phultala subdistrito do Distrito de Khulna

2 de fevereiro Distrito de Jhenaidah

A polícia prendeu um quadro, identificado como Ainal Mandal do PCPB-Janajuddha com uma arma de fogo no vilarejo de Baidanga no distrito de Jhenaidah.

13 de fevereiro

Rivais mataram ilegalmente o líder do PCPB, identificado como Shamim Khan, ou Picchi Shamin (32) em Shibchar, subdistrito do Distrito Mandaripur. A polícia disse que Shamin era acusado em vários casos.

16 de fevereiro Distrito de Mandaripur

A corte do distrito de Bagerhat sentenciou quatro membros do PCPB clandestino por terem matado um policial, Harun-ur-Rashid em 27 de janeiro de 2004. Os condenados são Shamin Sheikh, Anwar Sheikh, Rony Sardar e Habj Molla. Contudo eles foram julgados em absentia. O juiz do distrito e seções proferiu o veredito.

19 de fevereiro Distrito de Faridpur

Um quadro do PCPB, identificado como Kiran Bepari (29), foi morto em um encontro com um policial no vilarejo de Bagmara no distrito de Faridpur.

5 de março: Distrito de Chuadanga

Um “comandante regional” do PCPB clandestino identificado como Abul Kashem foi morto em um “tiroteio” com a polícia em Damurhuda subdistrito do distrito de Chuadanga. Três policiais ficaram levemente feridos pelas bombas rudimentares lançadas por membros do PCPB durante a troca de tiros.

24 de março: Distrito de Narail

Um “comandante regional” do PCPB-Janjuddha foi preso junto com três associados em Agdia região pantanosa no distrito de Narail. Os presos foram identificados como o “comandante regional” da divisão Khulna, Gias (33) e seus associados Jahid (28), Sohel (22), e Razu (25).

31 de março: Distrito de Meherpur

A polícia prendeu Hafizul Islam Sabuj, conhecido como Sagu Sabuj (40), um “líder regional” do PCPB-Janajuddho e acusado de 15 casos incluindo um assassinato em Stadiumpara, área do distrito de Meherpur. A polícia também apreendeu uma pistola e duas balas em sua possessão.

8 de maio: Distrito de Chaudanga

A polícia prendeu um líder do PCPB, Mizanur Rahman, conhecido por Mizan, do vilarejo de Sultanpur em Damurhuda, subdistrito do Chaudanga.

25 de maio: Distrito de Pabna

A polícia prendeu um operante do PCPB-facção Bandeira Vermelha, identificado como Mohammad Alam, da área de Kacharipara, do distrito de Pabna. “Alam é acusado em 14 casos, sendo 9 por assassinato. Ele era um dos criminosos mais procurados do distrito”, de acordo com a polícia.

27 de maio: Distrito de Satkhira

Um “comandante regional” do PCPB-ML identificado como Abdul Gaffar Par, foi morto e seu associado ferido em um tiroteio com a polícia em Tala, no distrito de Satkhira. O ferido Saiful Islam,42 anos, era o principal acusado no caso arquivado na conexão com o assassinato de SM Alauddin, editor do Daily Patradut.

29 de maio: distrito de Pabna

Hamidur Rahman aliás, Hamidur, “segundo no comando” do Partido Sarbahara foi morto e dois oficiais do B.A.R. (Batalhão de Ação Rápida) ficaram feridos em uma troca de tiros entre BAR e os subversidos em Ishwardi, subdistrito do distrito de Pabna. Uma pistola e duas balas foram apreendidas pela equipe do BAR.

29 de maio: Distrito de Meherpur

A polícia recuperou o corpo de um agente do clandestino PCPB-Janajuddho, facção do vilarejo de Gopalnagar em Gangni, subdistrito de Meherpur. O morto foi identificado como sendo Ashraful Islam. Ashraful foi acusado em quatro casos, incluindo dois por assassinato, arquivados na estação de polícia, o comandante da operação disse que ele foi morto por membros rivais no partido.


4 de junho: distritos de Kushtia e Chuadanga

Fontes policiais revelaram que os operativos do clandestino PCPB-Janajuddho, e a GMF estão tentando se reagrupar nos distritos de Kushtia e Chuadanga. A polícia conduziu operações em diferentes áreas dos dois distritos nos dias 29 e 30 de maio e prenderam cinco membros de duas organizações proibidas. Entre eles, três foram presos em Kushtia e os outros em Chuadang.

11 de junho: cidade de Dhaka

A polícia prendeu o “líder regional” do PCPB-Bandeira Vermelha identificado como Mohammad Rashed Hossain, em uma casa em Ashulia, área de Savar na cidade de Dhaka.

13 de junho: Distrito de Sirajganj

Chantagistas em nome do PCPB-Janajuddha exigiram grandes somas dos principais gerentes da filial do Banco Sonali e Banco Agrani no distrito de Sirajgnag e fizeram terríveis ameaças para os gerentes dos bancos e suas famílias em caso de falha ao darem o dinheiro

25 de junho: Distrito de Rajbari

Um jovem identificado como Abdu Razzak Mollah (35) foi morto por quadros do PCPB em Sarjunagar Bazaar no distrito de Rajbari, ele recusou pagar os pedágios anteriores.

4 de julho: Distrito de Khulna

Litu Sarder (38), um líder regional do PCPB foi morto em um tiroteio com a polícia em Shantinagar, área da vila Thukra no distrito de Khulna. Dois policiais, Mosharraf Hossain e Ilias também foram feridos durante o tiroteio.

5 de julho: Distrito de Sathkira

O jornalista Sheikh Abdus Sattar disse que a facção do PCPB-Janajuddho ameaçou matar os 13 repórteres que escreveram contra as atividades no distrito de Satkhira.

12 de julho: Kotchandpur/Jhenidah

Abdur Rashid (30), um quadro do PCPB-Janajuddho foi morto em uma troca de tiros com a polícia. Um membro da ASI e um vigilante ficaram feridos durante uma troca de tiros. A polícia também apreendeu uma arma de sopro e três munições no lugar.

12 de julho:Harinakuda/Jhenidah

Um quadro do PCPB-Janajuddha foi morto em um tiroteio. Dois vigilantes ficaram feridos durante o incidente. Uma arma LG, três pentes de balas e seis bombas também foram capturadas.

16 de julho: Distrito de Jessore

Siraj Akonji (40), um quadro do PCB foi morto em uma troca de tiros com seus rivais no vilarejo de Subrara em Abhoynagar, sub distrito do distrito de Jessore. A polícia apreendeu uma espingarda e quatro munições intactas no local.


10 de agosto: Distrito de Tangail

Um “líder regional” do PCPB-facção Bandeira Vermelha identificado como Abdul Haque, conhecido por Haque Sab (45) foi esfaqueado até a morte em um vilarejo em Sadar, sub distrito de Tangail.

12 de agosto: Distrito de Rajbari


Um policial prendeu um “líder regional” do PCPB-Bandeira Vermelha, identificado como Mobarak Hossain, conhecido por Bangla, vindo de Pangsha sub distrito de Rajbari. A polícia apreendeu uma espingarda e duas balas pertencentes a ele.


21 de agosto: Distrito de Barisal

Um líder do Partido Sarbahara clandestino, Abdul Jalil conhecido por Kana foi morto em Shilundia Bazaar sub distrito de Babuganj em Barisal em uma “troca de tiros” com o B.A.R..

28 de agosto: Distrito de Chauadanga

A polícia encontrou o corpo de Tokon (40), um líder do PCPB-Janajuddha debaixo de uma árvore de uma figueira no vilarejo de Botiya Para no distrito de Chaudanga. A polícia disse que Tokon era acusado de diversos crimes incluindo homicídio e extosão.

sábado, 15 de novembro de 2014

Questão moral



Excelente texto publicado no perfil do facebook pela Organização dos Guardas Vermelhos do Brasil. Fazemos questão em transcrevê-lo aqui para que os amigos e camaradas leitores possam refletir a respeito da banalização da pornografia e da prostituição na atual sociedade corrompida moralmente. E que venham a refletir também sobre o aborto. Seria o aborto um anti-concepcional ou um meio das pessoas fugirem das consequencias de uma relação sexual que poderia ser evitada se não fosse por causa da vaidade ou por falta do autocontrole? Pensemos nisso. Seria mais humano que as pessoas controlassem impulsos sexuais, se guardassem para uma só pessoa, ou fossem responsáveis em usar anticoncepcionais, ou seria mais humano matar o ser vivente que se desenvolve dentro de outra pessoa? Eis o texto. As ilustrações ficaram por nossa conta.

Essa elite podre e imunda segue matando seus próprios filhos em nome do prazer e do egoísmo típico da sua classe. E muitos companheiros que se dizem marxistas e revolucionários seguem fazendo coro com as concepções individualistas, egocêntricas e mimadas de uma classe que não está nem aí para as massas de explorados.
Numa sociedade atual é muito comum ver moças de 14 a 16 anos ou até menos, tornarem-se mães. Dizem que isso seria facilmente resolvido se tivessem a opção de abortar o ser vivente que se desenvolve.
Por que isto acontece? Má informação das pessoas quanto ao uso de anticoncepcionais? Provavelmente não. Todas as farmácias de canto a canto do país vendem anticoncepcionais, de todos os tipos, há preservativos gratuitos nos postos e saúde, isso sem contar os anticoncepcionais que os indígenas já utilizavam antes da chegada dos colonizadores na América, como a casca do ipê branco.
Por que cada vez mais as meninas jovens engravidam, especialmente as que pertencem às classes exploradas? Provavelmente influência cultural.
O Brasil nos dias de hoje respira a pornografia, e todo o tipo de imoralidades, que vão desde os assédios a mulheres nos ônibus e metrôs, até os casos de estupro nas universidades. Tudo isto é claro, é propagado através das emissoras de televisão que apelam para a baixaria em seus programas "voltados para a família brasileira", a facilidade de se encontrar todo o tipo de material pornográfico na web desde fotos de mulheres nuas até filmes de retardados sadomasoquistas atentando contra a natureza humana.
É isso que muita gente está acostumada a ver nas tardes de domingo
E para por aí? além da imagem televisionada e impressa disponível para todas as idades, também há a baixaria musical, que também está disponível ao sintonizarmos qualquer rádio voltada para a reprodução de música popular, utilizando o sertanejo universitário e correntes alienadas do funk como os cabeças vazias do funk ostentação, que além de falarem todo o tipo de besteira, desde o desejo do negro e pobre que ser "patrão" até o modo com que se trata uma dama ao chamá-la de "cachorra", "novinha" (pedofilia enrustida), tchtchuca, popozuda, etc... Denigrem a imagem do funk, que começou como uma música de expressão da realidade das massas pobres das favelas. Isto faz a sociedade ver e ouvir sexo, ver e ouvir prostituição (quem não ouviu falar na música de sucesso "casa das prima"?)
Não há nada que proíba o sexo entre as pessoas maiores de idade e conscientes das suas consequencias - infelizmente muita gente quer fazer o sexo sem o uso dos anticoncepcionais, mas não quer encarar as consequencias, irresponsabilidade criada pelo individualismo burguês, egoísmo da atual sociedade corrompida e decadente moral e economicamente - e como sabemos, há ótimos métodos anticoncepcionais, laqueadura, vasectomia, DIU, camisinha, comprimidos, e outros menos confiáveis como a velha "tabelinha". Porém, um dos melhores anticoncepcionais é conservar-se. Dizem que é antiquado e não condiz com a atual sociedade. Realmente, guardar-se para uma só pessoa não condiz com uma sociedade que é bombardeada todos os dias pela pornografia e pelo sensualismo e que não escolhe as idades.
E lá se vai a inocência das crianças graças ao incentivo de uma mídia imunda, submissa aos interesses mais nefastos do capitalismo no Brasil
E o pior de tudo é que organizações de esquerda e até companheiros, que deveriam ser preparadores da "nova sociedade", que eram para ser "novos homens", tornam-se propagadores do contrário. Pensam que a revolução, que o marxismo deve ser aplicado somente nas áreas da economia e da política, esquecendo a formação de uma nova moral, muito mais avançada do que esta moral decadente que dizem ser de vanguarda.
A moral da "Nova Democracia" não necessita de sensualismo para provar a capacidade da mulher em ser autônoma e receber salário igual ao dos homens, não precisa tratar a mulher brasileira como um pedaço de uma coxa enorme para mostrar o que nosso país tem de bom, nem precisa de "novinhas descendo até o chão" para transmitir valores da ética e da moral revolucionária aos jovens.

A revolução não transformará somente a economia do país, nós, sob a luz do maoísmo, também atingiremos as mentes e os corações das massas, porque a revolução popular e de Nova Democracia não irá trazer uma "nova moral" em que as pessoas andem nuas, nem que se peguem no meio da rua feito cães e cadelas no cio, pelo contrário, irá trazer pudor aos homens e mulheres, fazendo com que se amem e se respeitem de forma mútua e verdadeira, fará com a inocência das crianças seja mantida (ao contrário deste mídia vendida que faz questão em destruir), que a mulher não seja mais tratada como um objeto, que seja capaz de enfrentar todos os desafios, e que não se dobre diante de qualquer tipo de opressão.
Esta camarada indiana, combatente do EGPL não precisa mostrar os peitos e nem ficar nua em público para lutar contra a opressão do machismo, o que ela mostra é sabedoria, coragem e determinação para lutar e compreende que o machismo só pode ser derrotado quando a velha ordem que o sustenta também for derrotada.
É nisso que acreditamos, uma cultura avançada para uma sociedade avançada politicamente.

VIVA O MARXISMO-LENINISMO-MAOÍSMO!

ABAIXO A MÍDIA BURGUESA! VIVA A MÍDIA POPULAR, DIFUSORA DA VERDADE!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

História da Organização de Libertação do Afeganistão



O seguinte artigo foi publicado no site da Organização de Libertação do Afeganistão, organização popular e revolucionária forjada na luta de classes do povo afegão. Neste texto a O.L.A. compartilha sua rica experiência de lutas que começou em uma organização de jovens nos 60, transformando-se em organização revolucionária e combativa nos anos 70, e a partir de então entrou numa luta encarniçada contra fundamentalistas islâmicos, revisionistas e entreguistas a mando do social-imperialismo soviético, e atualmente seguem na luta contra o imperialismo norte-americano e os seus lacaios.

Visão geral do Movimento Revolucionário Marxista no Afeganistão e a Organização de Libertação do Afeganistão (OLA)

Os anos da “Democracia Real”

A primeira organização marxista revolucionária no Afeganistão foi fundada em 1966 sob o nome de Organização da Juventude Progressista (OJP). O “Partido Popular Democrático do Afeganistão” dirigido pela linha revisionista da Moscou foi fundado pouco tempo antes por um número de intelectuais de ligações suspeitas com uma facção da elite dominadora. (Príncipe Daoud, primo do rei Shah Zahir e primeiro ministro do Afeganistão [1953-1963] foi apelidado de “Príncipe Vermelho” por causa da sua “quedinha” pela liderança soviética pós-Stalin; Babrak Karmal, um dos pais fundadores do PDPA e líder da facção Parcham, facção do partido notória como informante de Daoud e bajuladora das ambições políticas de Daoud.)

Uma característica saliente do movimento revolucionário marxista no Afeganistão desde sua mais remota origem foi sua incansável luta contra o revisionismo e o oportunismo. Foi em um contexto anti-revisionista e anti-oportunista que o movimento revolucionário marxista foi fundado e se desenvolveu. Aqueles primeiros anos eram dominados pela polêmica ideológica entre os partidos comunistas da União Soviética e China, um em uma direção e a Revolução Cultural na China em outra. Ambos fenômenos políticos tiveram indeléveis efeitos políticos e ideológicos na OJP. Pode ser dito claramente que a OJP foi fundada como uma entidade necessária para defender e propagar o marxismo revolucionário contra o revisionismo e o colaboracionismo do PDPA guiado por Noor Mohammad Taraki e Babrak Karmal.

Os ventos de mudança estavam soprando no Afeganistão. Em 1963 Daoud teve que renunciar como primeiro ministro para abrir alas para o rei Zahir Shah proclamar uma monarquia constitucional. Uma nova constituição foi adotada e vestígios de liberdades democráticas incluindo uma pequena quantidade de liberdade de imprensa foram dados ao povo. Tomando vantagem no “degelo” do clima político, a OJP se pôs a publicar um semanário chamado Sholai Jawid [A Chama Eterna] que se concentrava em introduzir os princípios da Nova Democracia (Pensamento Mao Tsé-tung) e expunha as maquinações do PDPA e do revisionismo soviético. Sholai Jawid foi banido após 11 edições apenas, mas isto já foi o bastante para lançar as sementes do pensamento revolucionário e capturar os corações e mentes de milhares de intelectuais de vanguarda e trabalhadores conscientes.
O “degelo” no clima político foi apreciado por outros agrupamentos políticos também. Muito rapidamente encontros políticos e demonstrações começaram a atrair grande número de aderentes e gerar forte interesse em Kabul e cidades maiores. Na maioria de tais ajuntamentos e demonstrações três correntes políticas eram bem visíveis: Os Sholays (assim eram conhecidos os membros, seguidores e simpatizantes da OJP que vieram a ser conhecidos após seu jornal, Sholai Jawid), os Khaqis e Parchamis (seguidores de duas facções rivais do PDPA, em seguida seus respectivos jornais: Khalq [O Povo] e Parcham [A Bandeira], e os Ikhwanis (islamitas e fundamentalistas islâmicos, depois renomeados Juventude Muçulmana, seguido do nome de seu protótipo no Egito – Ikhwan Al-Muslimeen [Irmandade Muçulmana]). Do ponto de vista de força numérica, os agrupamentos e demonstrações eram organizadas pelos Sholays logo em menor número os Khalqis e Parchamis e completamente reduzidos os Ikhwanis poderiam atuar apesar do seu chamado para a religiosidade e a propensão religiosa da população em geral.

Os Ikhwanis inicialmente não foram levados seriamente pelos círculos políticos por causa de seu número inferior e a pobre atração pelos intelectuais. Os Ikhwanis fizeram subir sua inferioridade pela violência, que primeiramente foi manifestada por eles através de uma onda de espirros de acido na cara de jovens estudantes universitárias e alunas do ginásio. (Isto eram motivado pela misoginia fundamentalista islâmica que abomina a aparição da mulher na sociedade e considera a vida encarcerada das mulheres na casa ou em haréns como auge da piedade islâmica.) Esta violência Ikhwani cresceu em saltos e pulos tão rápido ao ponto de tornarem-se assassinos sangrentos de intelectuais secularistas. Um número de assassinatos foram claramente cometidos pelos Ikhwanis em Herat e Laghman e muitos casos acobertados dos assassinos Ikhwanis vieram a luz em Kabul e em outras cidades. O clímax para o movimento revolucionário marxista veio em junho de 1972 quando os Sholays e Ikhwanis entraram em conflito no campus da Universidade de Kabul, um viveiro de lutas políticas, ideológicas e debates. Em sua verdadeira natureza, os Ikhwanis começaram a se armar com facas e pistolas. A situação no fatídico dia logo saiu de controle e Saydal Sokhandan, um proeminente ativista e firme orador da LJP foi assassinado pessoalmente por Golbuddin Hekmatyar que depois ganhou notoriedade como líder do mais fanático grupo fundamentalista islâmico, o Hizb-i-Islami [Partido Islâmico]. Foi o tal Hizb-i-Islami que teve a maior parte da “generosidade” da CIA durante os anos da Guerra de Resistência contra a agressão e ocupação soviética; como todos os grupos fundamentalistas afegãos  o Hizb-i-Islami era norteado pela CIA com armas e dólares, até tornar-se um pequeno chacal que se tornou uma sangrenta hiena, festejando nas entranhas do povo do Afeganistão. Este único fato isolado é o suficiente para expor os uivos hipócritas do imperialismo ocidental contra o fundamentalismo islâmico. Muitos outros Sholay  foram feridos, alguns deles seriamente. Este rápido conflito polarizou a linha geral da atmosfera política e gerou intenso debate entre a OJP, forçando uma introspecção e suas políticas e abordagens.

O prevalecente criticismo entre os Sholayis era que apesar do fato de que a corrente política Sholai Jawid  havia acumulado um longo e dedicado número de milhares de jovens afegãos, a liderança da OJP foi incapaz de aproveitar o potencial destes aderentes para a mobilização política das massas camponesas que compunham 90% do povo do Afeganistão. O alcance dos líderes da OJP raramente se estendeu além da intelectualidade urbana, citadinos e um limitado número de trabalhadores urbanos. Isto se deu em conseqüência da introspecção no começo dos anos 70 diferentes círculos dentro da corrente política do Shola Jawid começaram a destacar os erros da OJP e abriram uma extensiva luta ideológica em todos os níveis da organização. O mais profundo criticismo na OJP veio do Grupo Revolucionário Popular do Afegenistão (mais tarde renomeado para Sazman-i Rehayi Afghanistan [Organização de Libertação do Afeganistão]. A totalidade de tais críticas resultarou na dissolução da OJP em um número de pequenos grupos revolucionários geralmente aderindo - com diferentes níveis de discordância- ao Marxismo-Leninismo Pensamento Mao Tsé-tung.

Os anos Daoud


Em julho de 1973, Daoud o “Príncipe Vermelho”, apoiado pela facção Parcham  do PDPA, realizou um golpe de estado sem derramamento de sangue que depôs seu primo rei Zahir Shah e proclamou a república no Afeganistão na qual ele mesmo era o presidente. Os comparsas Parcham de Daoud foram nomeados para postos-chave no governo, mas os Parchamis e seus mestres russos haviam subestimado seu teimoso “boi cabeça-oca”. Após um ano de má conduta e má administração Parchami em todos os níveis e o seu cumprimento de uma agenda oculta ditada por Moscou, Daoud removeu todos titulares-chave Parchamis na sua administração. Isto obrigou Moscou a concentrar as forças armadas para o cumprimento de motivos ulteriores. Durante os 5 anos do regime do presidente Daoud (1973-1978) o movimento revolucionário permaneceu em uma fase de estagnação.Isso era devido a desunião em entre os antigos membros e seguidores da desmantelada OJP. O Grupo Revolucionário do Povo do Afeganistão (precursor da OLA) emergiu como um dos poucos bem organizados grupos revolucionários tendo uma clara agenda. Se estabeleceu fortemente (com percepção tardia talvez sobrecarga) na necessidade de aumentar em profundidade o trabalho com o campesinato e a maioria de seus quadros e ativistas deslocarem suas atividades para o cenário rural.

Durante este período as duas facções rivais do PDPA (a facção Khalq liderada por Noor Mohammad Taraki e a Parcham liderada por Babrak Karmal) que haviam rompido alguns anos atrás em razão de um choque de personalidade entre Taraki e Karmal foram reunidas em 1977 sob estritas ordens de Moscou. Isto estava na preparação para a implementação de planos estratégicos eclodidos no Kremlin para “política avançada”, uma versão russa colonialismo britânico do século XIX. Daoud tinha entrementes ficado desiludido com seus patrocinadores do Kremlin e se voltou para o ocidente para pedir ajuda em seus ambiciosos planos de desenvolvimento. Ele “remendou cercas” com o Paquistão (uma longa disputa com o Paquistão sobre o “Pashtunistão” era a desavença favorita na política externa de Daoud) e visitou o Irã e a Arábia Saudita para solicitar assistência financeira. A reviravolta de Daoud foi muito abrupta e muito alarmante para os estrategistas do Kremlin permitir algum atraso em uma rápida contra-ação. (A lembraças de Anwar Sadat e Mohmmad Siyad Barre que chutaram os russos do Egito e da Somália a poucos anos atrás ainda continuavam muito frescas e muito dolorosas). Em abril de 1978 a KGB planejou o assassinato de Mir Akbar Khyber uma figura chave Parcham e houve um ato massivo unificado mostrando a força e o desafio em seu funeral. Isto foi orquestrado com o objetivo de provocar Daoud para uma medida enérgica no PDPA.O arrogante Daoud caiu em uma armadilha e desencadeou uma reação armada liderada pelos espiões da KGB em unidades chave do exército e da força aérea. A “Gloriosa Revolução Saur” estava pronta. O que seguiu no sangrento golpe de estado de 28 de abril de 1978, resultando no massacre de Daoud e toda a sua família juntamente com 7000 militares e civis e a chegada ao poder do PDPA com Noor Mohammad Taraki como presidente e primeiro ministro e Brabak Karmal como seu deputado. Nesta conjuntura na época os grupos revolucionários afegãos não eram força política reconhecida, mas a correção da sua avaliação da União Soviética como potência social-imperialista e o PDPA como um agente de alta traição e espião do social-imperialismo e os Sholayis muitas vezes repetiram tentando trazer para a casa a necessidade para avançar na luta contra o mestre e o lacaio e não falhar para registrar em suas mentes e consciência e se sentirem patriotas.

Os anos “Saur”

Nem o povo do Afeganistão nem os grupos revolucionários ficaram pesarosos ao ver a queda de Daoud, mas isto não impediu todos os grupos marxistas revolucionários – os herdeiros políticos da OJP – rapidamente, inequivocamente e por unanimidade condenaram o sangrento golpe de estado e chamaram todo o povo para se unir para salvar a pátria do fato que a esperava nas mãos dos vendidos aqui traidores do PDPA e seus mestres russos. Esta rápida e clara responsabilidade estava baseada no fato de que nenhum marxista individual ou agrupado tinha a menor dúvida que os nativos Khalqi e Parchami, lacaios do revisionismo soviético tinham alguma função ou missão senão a de vender seu país para a União Soviética sob a forma do apregoado “caminho não-capitalista de desenvolvimento” e resguardar a todo o custo os interesses dos soviéticos no Afeganistão.
Imediatamente após a “vitória da Revolução de Saur” um reinado de pesadelo e terror foi solto em toda a população em geral e na intelectualidade dissidente em particular. Arbitrariedades individuais e prisões em massa, horrendas torturas de suspeitos e execuções em massa de todos os elementos presos como “contra-revolucionários” sob a menor pretexto dos histéricos e obcecados funcionários comissionados por uma paranóia frenética do círculo social dos agentes da KGB no topo do estado e do governo, tornou-se comum e rotineiro. Nenhum foi poupado. Para os ambiciosos Khalqi (eles logo caíram fora com os Parchamis e, ganhando vantagem, voltaram aos antigos companheiros de armas; sob a tutela de Alexandr Puzanov, embaixador soviético, Babrak Karmal e seu séquito chave de Parchamis foram banidos amplamente, mas um número deles foram aplaudidos na prisão) toda e qualquer pessoa que proferisse alguma palavra contra a União Soviética e a “Revolução Saur” eram traidores e contra-revolucionários e todos os contra-revolucionários ou eram “Sholayis” (se eles eram educados e secularizados) ou “Ikhwanis” (se fosse analfabetos, grosseiros, ou religiosos). Entre essas duas categorias, o mais duro e cruel tratamento era voltado aos “Sholayis” por eles eram “inimigos conscientes” com motivações políticas premeditadas para o antagonismo e a hostilidade contra “os avanços da Gloriosa Revolução Saur” fora dos rudes fanáticos religiosos. Não em palavras mas em ações que o regime atacou a religiosidade das massas, má interpretação do ABC do materialismo dialético e da sociologia marxista. Tudo isto foi perpetrado em nome da “revolução democrática”, tendo a “democracia popular como o primeiro degrau para o “socialismo” e “revogação da exploração do homem pelo homem”. Todos os conceitos que foram aprovados e eram veneráveis aos trabalhadores, classes exploradas e demais massas trabalhadoras foram profanados e desprezados, o terror sumário, traição e “vilanismo vermelho”. Irreparáveis danos foram feitos em nome da “revolução” para a imagem dos verdadeiros intelectuais revolucionários, operários e os conceitos revolucionários.
Galvanizados pela atmosfera universal de terror, desânimo, tragédia e conscientes de coisas muito piores e muitos mais sérias no porvir, os grupos de revolucionários marxistas começaram a se atraírem novamente e em alguns casos alcançaram alguns degraus na unificação, mas sob as presentes circunstâncias como a unificação, tiveram poucos resultados práticos. Contudo, cada grupo revolucionário, estimulado pelas implacáveis circunstâncias se tornaram mais organizados e envolvidos nas organizações marxistas que eram – cada uma em seu próprio e de acordo com seus meios e capacidades disponíveis – engajadas em fortalecer e expandir a luta patriótica. Em 5 de agosto de 1979, o Grupo Revolucionário do Povo do Afeganistão (precursor da OLA) colaborando em uma frente unida com um número de militantes de organizações islamitas participaram de um levante militar em Bala Hissar, uma guarnição em Kabul (popularmente relembrado como insurreição de Bala Hissar). A insurreição foi selvagemmente suprimida pelo regime e um grande número de membros do Grupo Revolucionário foram mortos na luta, sucumbiram sob tortura ou foram sumariamente executados. A correção da política e da linha de ação tomadas pelo Grupo Revolucionário em formação de uma frente unida com os islamitas e participando em um levante militar continuaram em debate nos círculos marxistas afegãos, mas como mencionado em um documento da OLA, a insurreição de 5 de agosto mostrou aos marxistas patriotas não vacilaram em se tornar a linha de frente na batalha quando a defesa do povo e a independência da pátria estavam limitadas e os mares de sangue separavam os Sholayis dos traidores revisionistas Khalqis e Parchamis.
Para os marxistas e revolucionários afegãos foi uma conclusão precipitada na luz da total rejeição do regime pelo povo e a crescente falência do regime em todos os aspectos que governança da União Soviética deveria assumir para salvaguardar seus interesses estratégicos. Como era de se esperar, o regime do PDPA rapidamente se degenerou em uma confusão entre os cães de fila do partido, tentado atacar suas gargantas, tendo Alexandr Puzanov, o embaixador soviético e velho mestre espião agindo entre ambos, como patrão e árbitro. Hafizullah Amin, tenente das inescrupulosas e megalomaníacas ambições de Taraki na facção Khalq rapidamente foi dos Khalqis para os Parchamis e teve a cúpula Parchami banida e alguns deles entregues para a onipotente AGSA política secreta de “investigação”. Logo depois ele voltou para o seu mentor, Taraki, e, em cena dramática que lembra muito aos mafiosos de Nova Iorque, houve um tiroteio no palácio presidencial na presença do embaixador soviético. O “poderoso chefão” soviético deu as tácitas bênçãos a Taraki por ter aniquilado o egoísta Amin, mas o plano deu errado e Amin conseguiu escapar ileso enquanto seu ajudante Daoud Taroon foi morto. Esta foi a última gota. Amin tinha Taraki imperiosamente preso e assumiu todos os seus títulos oficiais. Um certo tempo depois Taraki, o “Grande Líder”, o “Prodígio do oriente” foi sufocado até a morte sob as ordens do seu “leal pupilo” e “discípulo devoto” Amin. Amin estava agora no topo e estava efusivo em seus freqüentes elogios a União Soviética, mas ele não poderia enganar os soviéticos. Ele frustrou os planos do Kremlin, e frequentemente embaraçava Moscou e expulsou a velha mão soviética na intriga política no Afeganistão que estava presente até quando ele tinha suas chamadas secretas. Mas Moscou teve dores por ter “peças sobressalentes”. Mas Moscou levantou um dedo e os figurões Parchamis foram banidos como embaixadores em diferentes países pelos Khalqis poderem receber rapidamente suas ordens. Em 27 de dezembro de 1979, Babrak Karmal foi ar numa estação de rádio na então República Socialista Soviética Tadjique e anunciou a inauguração da nova e evolucionária etapa da “Gloriosa Revolução Saur”. Amin naquele dia foi envenenado por seus guardas russos no seu palácio em Kabul e “contingentes limitados” da União Soviética apareceram no Afeganistão com Babrak Karmal empoleirado no cano dos tanques. O velho informante do Príncipe Daoud e ás da KGB estava agora no poder.
A guerra de resistência

O pior deveria ter que passar. A terra do independente povo fanático foi ocupada por um invasor estrangeiro e um desprezível traidor  firmado neles com uma arma apontada enquanto governante. O povo foi às armas, geralmente nada melhores do que facas de cozinha ou armas de fogo enferrujadas do século XIX. Para o movimento revolucionário marxista no Afeganistão era uma época de grande tribulação. Um movimento novo que ainda não tinha se encontrado em suas orientações, e que ainda “não tinha dentes”, estava selado com o formidável desafio de colocar seu marco na luta de libertação nacional contra uma superpotência armada até os dentes. Este era um país que ainda continuava sob os sofrimentos das relações de produção semi-feudais, lutando com uma agricultura primitiva e um analfabetismo de quase 90% e, claro, fortemente religioso. Sagrada soberania de um povo escandalosamente traído pelos “marxistas” e a integridade do país sendo rudemente violada pelo país que Lenin ergueu. O social-imperialismo havia atingido o lar. O conceito popular afegão de honra e da sua total perspectiva do mundo, encapsulada em sua fé religiosa foi agredida e insultada. As massas estavam chorando pelo sangue dos “comunistas” ateus traidores.  Em uma atmosfera o inexperiente movimento revolucionário marxista estava expectativo para atuar na sua histórica missão.

O Afeganistão é a terra natal de diferentes grupos étnicos que devido ao subdesenvolvimento das forças produtivas ainda não estavam completamente fundidas em uma nação no sentido estrito da palavra. Os mesmos fatores que impediram o povo do Afeganistão de se tornar uma nação moderna por mais de um milênio os levou a voltar seus olhares para a religião islâmica uma agente unificadora de todas as classes sociais e denominações étnicas, particularmente em tempos de adversidade na história. Com a chegada ao poder do traidor PDPA e particularmente após a invasão e ocupação do Afeganistão pela União Soviética, o chamado para a Jihad – guerra sagrada – começou a ecoar por todos os cantos do país, pelos planaltos e vales. Como foi contra os britânicos no século XIX e começo do século XX, este era o único caminho para um povo recém-saído da idade média, espiritualmente e materialmente, puderam articular a necessidade de uma guerra patriótica de resistência contra o invasor estrangeiro. Somente a Jihad  poderia prover uma forte motivação, uma simples e bem entendida elucidação ideológica para a necessidade e o dever de dar vida e desfazer em todas tentativas concentradas para livrar o país da corrupção dos traidores nativos e seus mestres estrangeiros. A cacofonia de Amid nas exortações islâmicas para uma Jihad depois do golpe de estado pró-soviético e particularmente após a invasão soviética, os mercadores fundamentalistas islâmicos da fé estavam recebendo ouro.

Os Ikhwanis  haviam feito uma oferta de paz durante a fatídica era de Daoud. Eles estavam em exercício na loucura não como segmento da sociedade afegã apoiadas pelas suas débeis insurreições em Laghman e Panisher. A maioria de seus líderes foram investigados e presos, e certo número deles refugiou-se nas proximidades com o Paquistão onde eles ofereceram seus serviços para as agências inteligência do governo de Zulfikar Ali Bhutto. Eles foram colocados em modestos alojamentos e iam para lá em dias de chuva. Com a invasão soviética do Afeganistão e o despertar do imperialismo ocidental para ter a chance de ficar equilibrado com seu rival social-imperialista após a humilhante derrota no Vietnã, eles saíram do armário e os tornaram líderes “na calada da noite”. A divindade deve estar sorrindo junto com eles e com o astuto e secularizado Bhutto que foi deposto pelo seu chefe de exército, General Ziaul-Haq, as armas, dinheiro de oleodutos norte-americanos e os petrodólares árabes começaram a vazar. Inflados com o dinheiro e armas dos norte-americanos e dos árabes, e surfando em uma maré alta de um sentimento popular anti-soviético, os fundamentalistas em pouco tempo pagaram agentes para explodir no cenário político como sendo líderes dos mujahedin combatentes da liberdade afegãos, e em extensão líderes do povo do Afeganistão. Gulbuddin Hekmatyar, o assassino de Saydal Sokhandan em anos passados, surgiu ao estrelato pela força da sua sagacidade política, cruel, de natureza inescrupulosa e de subserviência desavergonhada para os generais paquistaneses e os figurões com dispensas de armas e dólares dos árabes e dos americanos. Ele não havia esquecido as velhas hostilidades. Ele declarou que os Sholayis, e os verdadeiros revolucionários como sendo “o principal inimigo”, muito mais do que os Khalqis e Parchamis. Nas palavras de uma escritor revolucionário afegão:
O movimento revolucionário no Afeganistão competiu não somente contra os agressores soviéticos. O regime de Khomeinini no Irã e a ditadura de Zia-ul-Haq no Paquistão viam olho por olho  e trabalharam ombro a ombro com os russos e o regime fantoche de Kabul para dizimar os revolucionários marxistas no Afeganistão e anular seu trabalho em torno das massas. Nosso pequeno movimento revolucionário estava sob cerco em todas as direções.
Centenas de marxistas e revolucionários afegãos foram executados nos campos de morte do Polígono de Pol-i-Charkhy  em Kabul durante o período de Taraki-Amin e depois durante os anos da ocupação soviética de Karmal e Najibullah.Centenas mais foram caçados pelos partidos Ikhwani no Paquistão e dentro do Afeganistão. O serviço secreto Khad (braço afegão da KGB) tinha uma seção especial designada para a tarefa de aniquilar todas as organizações e agrupamentos Sholayis. Os Sholayis estavam lutando contra probabilidades impossíveis. Se por uma mão eles estavam no direito consolidado de participar na luta de libertação nacional, em outra mão eles tinham que lutar contra a KGB de um lado, e os cães sanguinários Ikhwanis de outro. E ainda puderam participar na luta de libertação nacional. A Organização de Libertação do Afeganistão (antigo Grupo do Povo do Afeganistão) e a Organização de Libertação do povo do Afeganistão (SAMA) são duas organizações que haviam participado ativamente e fisicamente na Guerra de Resistência. Em certa época a SAMA tinha zonas libertas por conta própria. Com a proeminente presença na luta de libertação nacional para não esperar a fanática reação Ikhwani. Os islamitas não poupavam nenhum Sholay que caísse em suas mãos e não poupavam esforços para pegar os melhores camaradas do movimento revolucionário. Gulbuddin Hekmatyar Hizb-i-Islami era o maior sanguinário quando se tratava de caçar os revolucionários marxistas. Muitos revolucionários intrépidos e muitos patriotas foram assassinados ou desapareceram sem deixar rastros, mataram pessoas em Peshawar, Paquistão, centro da resistência política e das atividades logísticas. O camarada dr Faiz Ahmad, veterano do movimento marxista no Afeganistão e líder-fundador do Grupo do Povo do Afeganistão e depois da OLA, foi entregue pelo Hizb-i-Islami.Era bem sabido o fato que o prof. Qayum Rahbar, líder da SAMA – por razões próprias – ainda não havia documentado este fato. Ao longo dos anos da ocupação russa (por uma ironia ou fato coincidindo com os anos de Zia-ul-Haq no Paquistão) os partidos fundamentalistas afegãos em e o Hizb-i-Islami em particular aproveitaram o status altamente privilegiado que lhes foi dado pelo regime da Zia-ul-Haq. Os recursos das forças armadas do Paquistão, serviços de inteligência, polícia e os fundamentalistas do partido Jamaat-i-Islami Pakistan estavam todos prontos e à disposição dos fundamentalistas afegãos, portanto os revolucionários afegãos e os patriotas seculares não tinham refúgios e recursos para mesmo para um módico recurso ou simpatia das autoridades paquistanesas. Pela extensão, eles estavam privados de todo e qualquer reconhecimento pela mídia mundial
…No presente
O não celebrado e não noticiado movimento marxista revolucionário no Afeganistão desgastado até a extinção desde a esquerda para a direita, é conhecido pela sua flexibilidade. Quase toda a sua liderança e a maioria absoluta dos seus quadros e veteranos foram dizimados pelos Khalqis e Parchamis ou pelos Ikhwanis. Ainda pelo decreto da história do movimento revolucionário marxista continua vivo e imortal. As incríveis e avassaladoras circunstâncias dos anos da Guerra de Resistência obrigaram os verdadeiros comunistas a adotar táticas apropriadas à situação. Um tipo de tática era a de infiltrar nos cargos dos agressivos partidos reacionários islâmicos e organizações até o nível das bases com a intenção de mostrar seu claro limite com as massas e adquirir armas e munição para as forças revolucionárias. Um monumento duradouro da contribuição das forças marxistas para a Guerra Guerra popular de resistência a invasão soviética é o fato de que o nome dos “Sholayis” e “Sholai Jawid” não foi afundado nos quatorze anos de trovejadas e estridências dos islamitas numa guerra que nunca foi permitido ser rotulado como algo pelos islamitas, senão como sendo uma guerra do islã contra o ateísmo e o comunismo. O prestígio dos agrupamentos revolucionários marxistas tem sido aprimorado pela sua ativa presença nas linhas de frente da batalha e da autenticação dos seus personagens intrépidos, pessoas que cuidam e populares informados em assuntos militares e evidente conhecimento e discernimento em análises políticas. A conhecida irreconciliabilidade dos grupos e organizações revolucionários marxistas e com o regime fantoche (e não obstante o surgimento de alguns elementos capituladores e traidores entre eles) teve contribuição para o crescimento do prestígio revolucionário entre as massas e entre os elementos honestos da oposição islâmica. Um compatriota muçulmano bem ortodoxo recordava ao dizer: “Eu sou e sempre serei inimigo para os Sholayis mas em nenhum momento eu duvidei do seu patriotismo e do seu amor pelo povo”.


A Guerra de Resistência contra o social-imperialismo soviético acabou e povo do Afeganistão pode em seu direito reivindicar os louros da vitória. O social-imperialismo foi mandado para o seu devido lugar, a lixeira da história e o clássico imperialismo ocidental também irá mais cedo ou mais tarde. Mas o infortúnio histórico do povo do Afeganistão que depois do golpe fatal ao social-imperialismo, agora tem que se defender de hienas reacionárias raivosas, e os cães acorrentados do imperialismo ocidental. Assim como na guerra de libertação nacional e resistência contra o social-imperialismo soviético, a OLA continua a se levantar na frente da batalha contra as bestas fundamentalistas.

O verdadeiro movimento comunista no Afeganistão é cheio de inumeráveis deficiências, principalmente entre as ambigüidades teóricas e ao mesmo tempo uma confusão organizacional; e é severamente forçado em sua consciência política disseminando tarefas. Mas acumulou rica experiência nas atividades de combate e no trabalho entre as massas. Os revolucionários marxistas afegãos se tornaram veteranos em participações armadas contra o inimigo. Poderia ser possível para os revolucionários marxistas afegãos combinar esta experiência na luta com um forte entendimento das contradições de classes na sociedade afegã, com o aprimoramento da consciência de classe de todos os seus membros e labutando com massas, e com o aproveitamento da forte confiança de um povo fatalmente traído em nome do Marxismo-Leninismo pelos patéticos social-imperialistas, a história irá testemunhar as mudanças dramáticas na arena política do Afeganistão. A profundidade e a amplitude da desonra e da selvageria no atual regime fundamentalista islâmico do Afeganistão é sem precedentes na história mundial contemporânea como sendo a devastação infligida na moral e na fábrica material do país e do povo. Não os fundamentalistas, mas as bestas ultra fundamentalistas que agora estão preocupando o que resta da pele e dos ossos do povo afegão. O que o mundo o mundo está testemunhando no Afeganistão na atualidade é um ultra-reacionário fascismo religioso, apartheid de gênero em massa e o ultra fundamentalismo reunidos. Como sem precedentes a tirania medieval será correspondida através da flexibilidade, heroísmo e fé dos comunistas afegãos em sua histórica missão de tirar seu país e seu povo do atual inferno e guiar as massas trabalhadoras para uma sociedade livre dos grilhões do feudalismo e da exploração capitalista de muitos por poucos. Isto sozinho é já o suficiente para garantir que tal monstruosidade política anacrônica não pode e não deve viver por muito tempo. A história deve sempre encontrar a OLA em seu posto.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Segue a luta das massas contra governos de rapina

Viva a brava ação dos manifestantes mexicanos!!! 

Depois do poderoso levante popular em Burkina Faso, agora é vez das massas do México se levantarem contra o podre governo burocrático-burguês daquele país. Na noite de ontem (dia 9/11), manifestantes tentaram arrombar e incendiar as portas do Palácio Nacional do México. Segundo os informes, os manifestantes exigiam justiça aos 43 estudantes normalistas desaparecidos desde o dia 26 de setembro deste ano.
A página da web do "El Comercio", periódico burguês do Peru, tratou de dizer que o ato foi causado por "una pequeño grupo" de manifestantes, com o intuito de desmoralizar o ato de valentia dos manifestantes. Porém, os milhares de manifestantes se solidarizaram e apoiaram ato contra o palácio do velho e carcomido poder mexicano.



VIVA A PODEROSA LUTA DAS MASSAS!

JUSTIÇA AOS 43 ESTUDANTES DESAPARECIDOS!