Páginas

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Agradecimento a todos os camaradas!


O blog Grande Dazibao agradece a todos os camaradas que desde o ano passado estiveram acompanhando o desenvolver do blog nas questões teóricas a respeito do maoísmo, do avanço da revolução proletária mundial e das lutas populares que estão ocorrendo no Brasil.

Desde esta luminosa trincheira virtual agradecemos as mais de 10 mil visualizações, e a todos os comentários, desde os críticos até os positivos. Saudamos a todos os que de alguma forma ou de outra fizeram com que este blog fosse divulgado, e visualizado por gente do mundo todo, desde os andes até o sudeste asiático.

Novamente, agradecemos a todos os que comentaram que divulgaram que estudaram e postaram no blog, contribuindo na divulgação e compreensão do marxismo-leninismo-maoísmo e dos avanços e recuos da Revolução Proletária Mundial e do Movimento Revolucionário.

Agradecemos em especial ao contato que estabelecemos com o Coletivo Bandeira Vermelha (Brasil), agradecemos o apoio dado ao blog por parte de alguns militantes do MEPR, agradecemos também aos nossos e-mails respondidos pelo jornal A Nova Democracia. Saudamos ao PCML do Panamá e os camaradas do blog espanhol Dazibao Rojo,  que divulgaram alguns dos nossos artigos.

Agradecemos também às demais sites e organizações proletárias e revolucionárias como o blog Colectivo Odio de Clase, PCP-Base Mantaro Rojo,  Partido Comunista Popular da Argentina, Partido Comunista do Equador-Sol Rojo, Partido Comunista (maoísta) do Afeganistão, Partido Comunista Marxista-Leninista-Maoísta da França, Partido Comunista da Índia (maoísta), Partido Comunista das Filipinas e o Partido Comunista Marxista-Leninista da Turquia e a Página Vermelha (Portugal). Sites e organizações que inspiram ao blog Grande Dazibao e nos inspira a ir além de um simples blog, nos inspira a reconstruir as forças populares e revolucionárias em nosso país, o Brasil, futura República Popular Democrática.

Saudamos a todo mundo que nos acompanhou e nos acompanha nesta luminosa senda, agradecemos profundamente o apoio e levantemos bem alto as Bandeiras Vermelhas do Marxismo-Leninismo-Maoísmo!


Ângelo Ricardo Cassenotte.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O massacre acabou?




Tendo sido "revogada" a decisão que expulsava os índios guarani-kaiowá de suas terras, as campanhas de solidariedade aos indígenas estancaram, dando a impressão de que tudo está correndo bem, o que não é verdade se analisarmos algumas poucas notícias das diversas que são publicadas na web mas que não recebem devida atenção, sendo talvez até tratados como “casos isolados” pela mídia burguesa.

Afinal de contas, a luta dos índios acabou, amenizou, ou continua aguda?

Pistoleiros atiram contra índios guarani-kayowá no Mato Grosso do Sul
Para responder isso com maior clareza, devemos levar em conta que desde o momento em que os colonizadores europeus (portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, e holandeses) tomaram posse de vastos territórios do continente americano, empreenderam um grande processo de saqueio, opressão e genocídio contra os povos nativos, ou melhor, os povos indígenas. Para se ter uma noção, os nativos que habitavam a ilha onde atualmente é a República Dominicana e a República do Haiti acabaram extintos.

A escravização dos índios e a destruição de seus costumes através do envio de missionários católicos (jesuítas) , e protestantes serviu e no caso do envio de missionários, continua a servir como ferramenta de destruição da identidade cultural dos indígenas em todo o continente Americano. Para perpetrar esses atos infames, tanto os colonialistas usavam como argumento “civilizar os povos bárbaros e trazer conforto espiritual”, quando na verdade traziam miséria, exploração e doenças ainda não conhecidas pelos indígenas.

Com a “independência” gradual das colônias na América, a política de segregação foi mantida pelos governos reacionários. Para se ter outra idea, até os começo dos anos 20 os índios estadunidenses não tinham cidadania reconhecida pelo governo.

Essa política genocida vem se arrastando por mais de 500 anos em todo o continente americano, os exemplos de resistência dos indígenas estão gravados na história do nosso continente, principalmente na figura de Tupac Amaru.

Tupac Amaru, líder da rebelião dos índios peruanos contra a dominação espanhola no final do século XVIII.
Na atualidade essa luta continua a se arrastar, e alguns lugares de forma um pouco mais organizada, como adesão por parte dos índios à guerrilha revisionista mexicana EZLN (Ejercito Zapatista de Liberación Nacional), ao Partido Comunista do Peru (Maoísta) e seu braço armado (Ejercito Popular de Liberación).

Combatente indígena do EPL no Peru.

Mas o que desencadeia essas lutas?

O que desencadeia isso é a luta por terras. É uma árdua luta entre indígenas e camponeses pobres contra latifundiários e grileiros respaldados pelos políticos e pela polícia desse podre regime burocrático-burguês.

 A mídia geralmente mostra os índios como sendo violentos, selvagens, extremamente supersticiosos e fechados, quando na verdade ocorre o contrário, é um povo bom, heróico, talvez até mais “civilizado” do que os chefes da TV Globo, Band, SBT ou Record. Quanto aos posseiros, sempre são mostrados como “agricultores ameaçados” ou pela “violência dos índios” ou pelos “sem-terra”. São na verdade latifundiários tiranos, coronéis em pleno século XXI, usando de influência na política para utilizarem a polícia e bandos de jagunços com a finalidade de roubar as terras dos índios. São conflitos que se estendem de norte a sul do país.

Segundo informa o jornal A Nova Democracia no artigo intitulado “Índios: latifúndio segue matando e invadindo”:
“Conforme o último relatório do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) ocorreram 41 casos de invasões possessórias e de exploração de recursos naturais em áreas indígenas no período 2008/2009. As invasões foram cometidas por "pecuaristas, agricultores e grileiros" (boa parte fazendeiros e grandes empresários, segundo outras fontes).
Madeireiras e garimpeiros retiraram ilegalmente de terras indígenas bens lucrativos como pedras preciosas, ouro, cascalho e areia. Os casos ocorreram nos estados do Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.
O estado com o maior número de casos (8) foi Rondônia. O relatório do Cimi registrou invasão de terras indígenas por fazendeiros, exploração ilegal de madeira, retirada de areia e construção de obras. Sublinhou ainda que o próprio gerente de Rondônia, Ivo Cassol, ocupa 80% do território tradicional do povo Wayurú.
Mato Grosso apareceu com 7 casos (entre desmatamento, exploração ilegal de madeira, invasão por fazendeiros, poluição de rios por agrotóxicos e pesca predatória). "Isto não surpreende, visto que o Mato Grosso tem registrado os piores índices de desmatamento em consequência da expansão de monoculturas, sobretudo de soja, que requerem, além de espaço, uso intensivo de agrotóxicos", afirmou o documento do Cimi.
No período foram anotados 16 conflitos relativos aos direitos territoriais dos índios: Bahia (2), Ceará (4), Maranhão (1), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1), Pará (1), Rondônia (5) e Santa Catarina (1).
O relatório apontou que em 9 casos a causa principal "foi a morosidade das autoridades na regularização das terras indígenas".
O documento apontou outros 37 casos de omissão e morosidade na regularização das terras. "A Funai não atende às demandas das comunidades indígenas. Há demora na demarcação e algumas vezes até paralisação do processo", disse Roberto Liebgott, vice-presidente do Cimi.
Os índios enfrentam outro problema mesmo quando a homologação oficial é realizada: a retirada dos invasores. A área Apyterewa dos parakanãs, no Pará, é um exemplo. A terra foi homologada, no entanto mais de 1.200 fazendeiros e madeireiros continuavam no local, no período 2008/2009.
Outro caso foi o da comunidade dos tupinambás, que foi expulsa de forma violenta de uma área que havia retomado, porque a Funai não cumpriu o prazo estipulado pelo Tribunal Regional Federal para finalizar o relatório de identificação das terras.
Houve, por outro lado, 7 conflitos provocados pela construção de obras, como um centro turístico e um porto no Ceará. Em Rondônia, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da gerência Luiz Inácio, não levaram em conta os impactos aos chamados Povos Isolados (Obs: grupos indígenas ainda sem contato com os brancos), colocando em risco sua sobrevivência. Foi o caso da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, e do asfaltamento da BR-429, que liga os municípios de Presidente Médici e Costa Marques.”
Estes conflitos entre indígenas e gente ligada ao governo burocrático-burguês resultam em assassinatos contra os índios. Este parágrafo do artigo (Índios: latifúndio segue matando e invadindo) publicado no jornal A Nova Democracia dá uma clara noção das baixas e do resultado da violência nas zonas rurais:

“Segundo o relatório, 60 indígenas foram assassinados no país. Outras fontes informam que muitos deles foram por mando de latifundiários.

Desse total, 42 vítimas eram guaranis, que pertenciam ao subgrupo dos kaiowás, do Mato Grosso do Sul. As outras mortes foram cometidas no Maranhão (3), Minas Gerais (4), Alagoas (2), Pernambuco (2) e Tocantins (2).”
O governo fecha os olhos propositalmente para com os povos nativos, matando-os através das armas, ou deixando-os morrer  lentamente devido a doenças que poderiam ser facilmente tratadas. Segundo informou o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) em um relatório publicado em 2011, apontou que 126 crianças indígenas de 1 a 4 anos, a maioria da tribo xavante , morreram em decorrência de doenças “facilmente tratáveis”, tudo isso por mera negligência das autoridades do regime submisso ao imperialismo. O número de crianças mortas foi maior do que o ano anterior (2010) com 92 mortes.

A necessidade da organização para êxito das lutas

Índios Mudruku com armas capturadas das forças de repressão.
Os apelos das fundações de apoio aos índios em quase nada resolvem os problemas, que são agravados pelas invasões de terras por parte dos latifundiários e até do próprio governo.

Basta de chacinas e opressão contra os povos indígenas. A solução deste problema encontra-se apenas na resistência organizada contra os ataques perpetrados pelos agentes do velho estado. Esta resistência só pode lograr êxito se estiver organizada de forma sistemática, quer dizer, deve dispor de um braço político, um braço armado que sirva para autodefesa e uma frente que reúna elementos solidários à causa dos índios, colonos e meeiros, ameaçados pelo latifúndio e seus bandos armados (desde jagunços até tropas da Força de Segurança Nacional, verdadeiros jagunços do regime reacionário).

Temos total certeza de que um plano de metas e táticas bem definidas poderá sem dúvida alguma fazer o povo oprimido das cidades, campos e tabas*, construírem um Novo Poder, um Novo Governo que possa servi-los e não mais servir aos gringos imperialistas e aos burgueses donos do poder.

*NOTA: a palavra “taba” no dialeto tupi-guarani significa aldeia.

 ABAIXO AO LATIFÚNDIO!

ABAIXO AO ESTADO BUROCRÁTICO-BURGUÊS!

ORGANIZAR A RESISTÊNCIA INDÍGENA E CAMPONESA!

sábado, 24 de novembro de 2012

Glorioso Novembro de 1935





Em meados da década de 30, principalmente o mundo ainda sofria os efeitos da grande crise de 1929-33, uma das maiores crises do século XX. O fascismo ameaçava o mundo todo com a sua belicosidade, e seu caráter extremamente reacionário sustentado pelo imperialismo e pelas oligarquias em todo o mundo.

A Itália havia acabado de subjugar a Etiópia (outubro de 1935), os alemães enviavam agentes do partido nacional-socialista para a região sul e sudeste do Brasil, o governo de Getúlio Vargas estava conseguindo apoio da Ação Integralista Brasileira, uma organização de cunho fascista, da qual o povo brasileiro desmascarou e apelidou de “Galinhas Verdes” devido a cor do uniforme que os integralistas usavam. Ao mesmo tempo o governo de Getúlio Vargas se aproximava da Alemanha e Itália, tendo recebido empréstimos e até armamento entre os anos de 1934 a 1941.

Nesse contexto, onde os fascistas se organizavam com o apoio do governo, surge a Aliança Nacional Libertadora, organização de massas ligada ao Partido Comunista do Brasil, com uma proposta coerente para a construção de um governo capaz de suprir as necessidades básicas das massas de operários e camponeses, direitos mínimos que a revolução de 1930 que colocou Vargas no poder não foi capaz de realizar.

O ano de 1935 também foi um ano proveitoso ao movimento proletário mundial: na China o Partido Comunista junto com as massas atravessou 12 mil km, lutando contra todo o tipo de adversidade, enfrentando com êxito todos os petardos desferidos pelos senhores feudais até as tropas nacionalistas de Chiang Kai Shek.

Outro fato importante que fortaleceu o movimento revolucionário mundial em 35 foi a realização do VII Congresso da Internacional, onde o camarada Georgi Dimitrov apresentou a linha revolucionária para o estabelecimento de uma frente unida antifascista, que já vinha sendo discutida desde o ano anterior. A idéia da frente unida antifascista mostrou-se correta, sendo colocada em prática por vários partidos comunistas ao longo das décadas de 30 e 40.

Sob esta correta orientação, foi estabelecida no Brasil em março de 1935 a ANL, Aliança Nacional Libertadora, que reunia os elementos mais progressistas da sociedade brasileira da época, desde as massas de operários e camponeses, até militares, comerciantes, funcionários públicos, etc. O nome de Luís Carlos Prestes foi aclamado para presidir a organização, pois na época, Prestes gozava de imenso prestígio adquirido durante a Coluna que percorreu os lugares mais esquecidos do Brasil entre 1925 e 1927, além do fato de Prestes ter aderido ao PCB no início dos anos 30.  


A ANL era uma organização progressista, lutava pela soberania nacional, pela melhora do padrão de vida das massas pobres,e pela educação como mostra a lista das reinvindicações da ANL:

1. Não pagamento nem reconhecimento das dívidas externas;

2. Denúncias dos tratados antinacionais com o imperialismo;

3. Nacionalização dos serviços públicos mais importantes e das empresas imperialistas que não se subordinem às leis do governo popular revolucionário;

4. Jornada máxima de trabalho de oito horas, seguro social (aposentadoria etc.), aumento de salários, salário igual para trabalho igual, garantia de salário mínimo, satisfação dos demais pedidos do proletariado;

5. Luta contra as condições escravagistas e feudais de trabalho;

6. Distribuição entre população pobre, camponesa e operária das terras e utilização das aguadas, tomadas sem indenização aos imperialistas, aos grandes proprietários mais reacionários e aos elementos da Igreja que lutem contra a libertação do Brasil e a libertação do povo;

7. Devolução das terras, arrebatadas pela violência, aos índios;

8. Pelas mais amplas liberdades populares, pela completa liquidação de quaisquer diferenças ou privilégios de raça, de cor ou de nacionalidade, pela mais completa liberdade religiosa e a separação da Igreja do Estado;

9. Contra toda e quaisquer guerras imperialistas e pela estrita união com as Alianças Nacionais Libertadoras dos demais países da América Latina e com todas as classes e povos oprimidos.

10.Educação Pública.

Como pode ser visto, o programa da ANL atendia as necessidades básicas das massas do Brasil, ao contrário do governo fascista de Getúlio Vargas que apesar de ter dado alguns direitos, por outro lado não passava de uma tentativa de mascarar o regime semifeudal, oligárquico e submisso aos interesses do imperialismo. Prova disso foi o fato dos comitês da ANL terem se expandido para quase todos os estados do Brasil, chegando a contar com 1,5 milhão de militantes!

Com os elementos fascistas cada vez mais presentes no governo, a ANL foi posta em ilegalidade em julho do mesmo ano, o governo afirmou utilizou a desculpa de que a ANL estaria tramando “um plano comunista para tomar o poder”, os agentes do governo fascista logo trataram de perseguir a militância e os dirigentes da organização, sendo enquadrados na “Lei de Segurança Nacional”, acusados de “subversivos” e “agentes vermelhos a soldo do estrangeiro”. Assim, nos meses seguintes e sob perseguição, a organização passou a operar na ilegalidade.

Naquele ano o país estava sendo abalado por greves em diversas cidades, no campo os camponeses já se organizavam em grupoos de autodefesa ou entravam para os bandos dos cangaceiros. Não tardou muito para que o PCB compreendesse que havia chegado a hora de se levantar  contra o governo opressor e construir um governo democrático, revolucionário e popular. Luís Carlos Prestes, que na época era dirigente da ANL, ignorando a orientação da IIIª Internacional, sobre iniciar a luta revolucionária através do campo para cercar as cidades, acreditou que seu prestígio como ex-dirigente tenentista iria despertar os militares de baixo escalão para moverem um golpe militar contra o governo.

De qualquer forma, a ordem de insurreição foi dada em novembro de 1935, e no dia 23 os soldados, cabos e sargentos do 21º BC em Natal-RN se levantaram, o povo também uniu-se aos revoltosos que travaram duros combates contra a polícia local. Com os reacionários derrotados em Natal, o movimento se expandiu para as cidades vizinhas, nas palavras do grande dirigente comunista Pedro Pomar : “instaurou-se naquele dia o primeiro governo popular revolucionário da história do país’’.

A cúpula do governo popular que tinha sede em Natal-RN ficou constituída da seguinte maneira: o sapateiro José Praxedes ficou encarregado do aprovisionamento, o sargento Quintino Clementino de Barros ficou encarregado para a defesa, o estudante João Galvão ficou encarregado da viação, e o funcionário dos correios e telégrafos José Macedo ficou encarregado das finanças. Percebe-se aí a principal característica de um governo popular: um governo formado por pessoas comuns, por gente que conhece de perto os problemas, e não pessoas da elite, que temem ao povo e desconhecem ou evitam lutar contra os problemas relacionados às massas.

No dia 24, o 29º BC aquartelado em Recife levantou-se contra o regime fascista, porém, as tropas do governo sufocaram o levante revolucionário.

No dia 27 de novembro, as tropas do 3º Regimento de Infantaria  e a Escola de Aviação no Rio de Janeiro se levantaram sob o comando de Agildo Barata, comandante do primeiro regimento do Exército Popular, que infelizmente iria renunciar abandonar o movimento proletário em 1957.

Após 10 horas de duro combate, as tropas do 3º R.I. se capitularam perante as tropas governistas. No mesmo dia  o governo popular revolucionário, instaurado em Natal acabou desmantelado devido a ofensiva do governo.
Fachada do 3º R.I. após os combates
Os remanescentes do levante no nordeste foram para o interior, onde lutaram contra as forças de repressão através de uma guerra de guerrilhas. Infelizmente como os nossos camaradas não tinha experiência nesse tipo de combate além do erro por parte do CC em não aprender com a experiência chinesa da época, o movimento cessou.

Membros do comitê revolucionário detidos em Natal.
Apesar do levante ter durado apenas 4 dias, foi a primeira vez em que tentou-se estabelecer o poder popular  no Brasil, foi uma experiência grandiosa, pois, mostrou as deficiências do movimento comunista revolucionário do Brasil, ao mesmo tempo em que se pode compreender efetivamente a necessidade de um governo que sirva aos interesses das massas de trabalhadores e que o único caminho para a construção do poder popular é através de revolução.

HONRA E GLÓRIA AOS HERÓIS DO LEVANTE NACIONAL-LIBERTADOR DE 1935!

CONSTRUIR O PODER POPULAR, IMEDIATAMENTE!

VIVA A LUTA DE LIBERTAÇÃO DO POVO BRASILEIRO!

HONRA E GLÓRIA AO PARTIDO COMUNISTA NO BRASIL!

Este artigo foi baseado em "A Gloriosa Bandeira de 1935"


sábado, 3 de novembro de 2012

Aprendendo com Lenin


O Grande Lenin!

O mestre Lenin

Graças ao trabalho desenvolvido por Lenin e a fração bolchevique no POSDR (Partido Operário Social Democrata Russo), a partir de 1917 a revolução proletária mundial deu um novo salto à diante.

Para que esse grande salto pudesse ter obtido êxito, foram necessários vários anos de luta, tanto contra as forças sob a batuta dos czaristas quanto os lacaios da IIª Internacional, que faziam de tudo para buscar meros acordos e conter o avanço da classe operária.

Em princípios do século XX, Lênin na liderança da fração bolchevique empreendeu grande luta contra as teses oportunistas dos social-democratas que ainda hoje se fazem presentes em muitos partidos que se dizem defensores do proletariado.

Desta luta contra o revisionismo e o oportunismo, foram sacadas grandes experiências, que ressuscitaram e fortaleceram o marxismo como teoria revolucionária.

Em uma época onde predominavam as correntes capituladoras da social-democracia, certamente as teses revolucionárias dos bolcheviques a respeito da ditadura do proletariado, revolução proletária, luta de classes, serviram como uma lanterna vermelha em meio a escuridão provocada pelos social-reformistas da IIª Internacional.

Como se sabe, os reformistas mencheviques sempre tentaram de todo o modo atacar Lenin, tratando-o como “ditador”, “repressor” e “burocrata”. Podemos encontrar todo esse tipo de palavreado e outros mais ao lermos os artigos escritos por Leon Trotski entre 1903 e 1917. As mesmas ofensas trotskistas voltariam a se repetir, porém, contra Stalin, outro grande bolchevique que atuou lado a lado com Lênin.

A importância da revolução bolchevique

Exército de operários e camponeses em Moscou.
A correta linha da revolucionária marxista de Lênin foi capaz de derrubar a ideia capituladora da tomada do poder dentro do sistema parlamentar burguês.

Ainda hoje quando se fala em desferir a revolução proletária, aparecem grupos dentro e fora do partido dizendo que não existem condições subjetivas para iniciar o processo revolucionário, então, utilizam o velho argumento descontextualizado de que seria necessária a participação dentro do sistema burguês para acumular forças. Na verdade isso se torna um eterno acúmulo de forças, nem a revolução, e nem a tomada de poder chegam.

Lenin e a revolução bolchevique derrubaram outra velha idéia, a de seria incapaz de promover a revolução se não houvesse quadros com experiência nos ministérios (isso também servia como justificativa para aderir ao oportunismo eleitoreiro).

Compreendendo que o capitalismo havia chegado à sua fase agonizante, o imperialismo (termo também criado por Lenin, para definir o controle que as potências tentavam impor em todo o mundo).

Com as teses revolucionárias bem formuladas, e um partido dispondo de 33 mil quadros, no dia 7 de novembro 1917, (25 de outubro no calendário ortodoxo) inicia-se a revolução bolchevique, que pela primeira vez na história, conduziria o proletariado para o total controle do poder.

Ao contrário de toda aquela romantização e petrificação que os partidos oportunistas mostram, a revolução bolchevique não foi feita apenas de louros, houve muitos problemas estratégicos, que felizmente, forma superados. Muitos desses problemas ocorreram porque todo tipo de maus-elementos da política se uniram contra os bolcheviques: países imperialistas, remanescentes czaristas, anarquistas, liberais e social-democratas.

Como nos ensinou Stalin, “só o povo é eterno”, esse povo que escalava ao poder, em 4 anos de guerra, em meio a todo o tipo de problemas enfrentaram a invasão dos norte-americanos, britânicos, gregos, tchecoslovacos, alemães, franceses desesperados em conter a revolução proletária e a construção do primeiro país baluarte da revolução proletária mundial.

Contra-revolucionários australianos na Rússia em 1919
O pensamento de Lênin mostrou seu caráter correto, derrubando todas as teses derrotistas semeadas pelos oportunistas, e fortalecendo o proletariado em sua luta pelo poder.

Ainda em plena guerra, no ano de 1919 foi fundada a IIIª Internacional, agrupamento de partidos comunistas e revolucionários de todo o mundo, que serviu como uma ferramenta importantíssima para a revolução proletária.

O grande marxista-leninista Josef Stalin resumiu o termo leninismo como sendo “o marxismo da época imperialismo”, e realmente, as teses revolucionárias de Lenin, mostraram-se corretas e de caráter universal, sendo adotadas por partidos comunistas de todo o mundo a partir dos anos 20.

Pois bem, com a fundação da IIIª Interncional, revolucionária e anti-oportunista, os ecos da revolução bolchevique puderam ser ouvidos em todo o mundo, esses ecos faziam e ainda fazem as forças reacionárias se estremecerem. Estes ecos soaram tão profundos em alguns países, que a revolução tornou-se inevitável, como ocorreu na Hungria e Alemanha em 1919 e na Mongólia, onde o proletariado conseguiu tomar o poder em 1922.

Este tinha sido só o começo de uma série de revoluções que estourariam em todo o mundo nos anos seguintes, pois, como já foi dito, os ecos da revolução bolchevique continuam a serem ouvidos, esses ecos resultam na fundação de partidos comunistas, em preparação da guerra popular e na paranóia anticomunista.

Com a vitória bolchevique, os países que haviam participado da revolução bolchevique se uniram em torno da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, lugar onde a liberdade florescia, onde o povo pela primeira vez era ouvido, amado e respeitado, e assim foi, por mais de 30 anos, anos gloriosos, que só foram interrompidos devido a vacilação em relação a pressão exercida pelos imperialistas durante a guerra fria.

Mesmo assim, essa revolução teve seu papel importantíssimo, potencializou o marxismo em sua teoria, elevou a revolução proletária mundial para a fase de equilíbrio estratégico, serviu e continua a servir de exemplo para que outros povos possam se libertar e finalmente alcançarem o glorioso sol do comunismo!